Há muitos anos, em Londres, um grupo de pessoas reuniu-se, certa manhã, num pequeno salão de uma loja para o leilão de antigas relíquias e curiosidades. o leiloeiro, apresentando um violino velho, escuro e sujo, disse: " Senhoras e senhores, eis aqui um notável e velho instrumento que tenho o privilégio de vos oferecer. É um genuíno Cremona, fabricado pelo famoso Antônio Stradivarius. É raríssimo e vale em ouro o seu peso. Quanto ofereceis?" O povo, com ar de critica, olhava o instrumento. Alguns duvidavam da afirmação do leiloeiro. Notaram que o violino não tinha o nome do Stradivarius gravado. O homem explicou-lhes que, de fato, os primeiros violinos não tinham a gravação do homem e que muitos instrumentos que o tinham não eram autênticos. Assegura, entretanto, que aquele era realmente um autêntico Stradivarius. Ainda assim, os compradores criticaram como em geral o fazem. Ofereceram cinco guinéus em ouro, e nada mais. O leiloeiro apregoou e suplicou. "Seria ridículo vender um violino tão raro por um preço tão baixo", disse ele. Nada mais, porém, ofereceram.
Nesse momento entrou na loja um homem. Era de meia idade, alto, magro, de cabelos pretos e usava um casaco de veludo. Dirigiu-se ao apregoador com um andar todo peculiar e sem dar atenção aos presentes tomou o violino nas mãos e admirou-se longamente. Com o lenço limpou o pó, reajustou a tensão das cordas e levou-o até o ouvido demoradamente como se estivesse ouvindo alguma coisa. Colocando-o finalmente na posição correta, apanhou o arco, enquanto na audiência correu o murmúrio: "Paganini".
Mal o arco tocou nas cordas uma música suave encheu a loja de sons maravilhosos, encantando os ouvintes. E enquanto tocava o povo ria e chorava, não reprimindo as próprias emoções. Os homens descobriram-se como se estivessem em lugar de reverência. Tocara em suas emoções da mesma maneira que tocava no velho violino escuro.
Pouco a pouco a música cessou. E como se voltasse de um grande encantamento, o povo começou a disputar o velho violino. "Cinquenta guinéus", "Sessenta", "Setenta", "Oitenta", gritava na calorosa discussão.
Finalmente foi conquistado por cem guinéus em ouro pelo próprio famoso violinista que naquela tarde teve uma vasta audiência de milhares de pessoas que mal respiravam sob a magia da música tirada do velho, escuro, sujo e desprezado violino.
Permita-me dizer que alguns de nós temos desprezado o valor de um homem. Temos oferecido apenas cinco guinéus quando, pelo Mestre, o seu valor é incomensurável. Não diminuamos o valor da criatura de Deus. O violino necessitava ser limpo e suas cordas reajustadas para que a música fosse suave e boa. Sim, quão desprezado é o homem pelo próprio homem!. O ódio aniquila anualmente um bom numero de seres humanos; as paixões são consideradas de mais valor. Quão pouco valor se dá ao homem, pelo próprio homem!. Vamos refletir nisso.
By Nessa Santos
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